quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Vilanova Artigas

Nascido em junho de 1915, o curitibano João Batista Vilanova Artigas, é um dos responsáveis pelas primeiras manifestações modernistas na arquitetura de Curitiba. Graduou-se engenheiro-arquiteto na Escola Politécnica da USP, Artigas, muito embora tenha atuado principalmente em São Paulo, deixou significativas obras na capital, e mesmo no interior paranaense.


No começo de sua carreira profissional, foi influenciado por Frank Lloyd Wright . Seus projetos residenciais desse tempo mostraram características da arquitetura orgânica de Wright: espaço e continuidade, níveis diferentes dos assoalhos e telhados, janelas horizontais; isso pode facilmente ser reconhecido em algumas de suas casas desse período.

A casa do arquiteto em 1942, Rio Branco Paranhos em 1943).

“em todo o caso, wright me deu uma visão do homem. O respeito à natureza do material, procurar o eu tal como é a natureza, eram conselhos estranhos de naturalismo darwiniano.”
Artigas 1981



Casa João Luiz Bettega
Construída em 1953, na Rua da Paz, a casa que o arquiteto João Batista Vilanova Artigas projetou para o Dr. João Luiz Bettega polemizou e gerou críticas na população. Retangular, com uma solução estrutural de pilares ritmados moduladamente, e entrada lateral, quase no meio do lote, a casa, em dois pavimentos, tem espaços integrados por pés-direitos duplos e interligados por rampas (o que no futuro se transforma em marca pessoal do arquiteto). Nela, todos os ambientes são voltados para a face noroeste, a que mais luz solar recebe em Curitiba.



Em 1946, Artigas obteve uma bolsa de estudos da Fundação Guggenheim para estudar a arquitetura contemporânea nos EUA. Depois do seu retorno, ele aproximou do movimento da arquitetura moderna brasileira. Baseado nas idéias de Le Corbusier considerando a arquitetura e o planejamento, este movimento teve sua formação na cidade de Rio de Janeiro com Oscar em Niemeyer e Lucio Costa. Entretanto, Artigas escapa do formalismo carioca.

Sua arquitetura foi baseada em formas geométricas preliminares e o uso do concreto reforçado como estrutura. De embora suas idéias mudassem consideravelmente de seu primeiro período, manteve a continuidade do espaço e a mudança dos níveis, através da criação de grandes vácuos e o uso dos mezaninos ligados por inclinações, que criam um efeito dramático em seus edifícios.

Em 1961 recebeu a missão de projetar o novo edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e participação no planejamento do novo campus da Universidade de São Paulo. Dominou para projetar um edifício que representasse realmente a atmosfera do curso, projetado também por ele. Baseado na interação dos estúdios de projeto e oficinas com pesquisa tecnológica e histórica, o edifício de escola é um grande e cumprido vácuo aberto, diferenciando os departamentos pelos diferentes volumes suspendidos, cobertos por uma caixa concreta superestrutural.



Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – USP

Além de suas atividades como profissional e professor, Artigas teve também uma vida política muito ativa. Participou na fundação do departamento do IAB São Paulo (Instituto de Arquitetos do Brasil) e trabalhou para promovê-lo entre seus colegas assim como para melhorar a participação Brasileira nos congressos da UIA (União Internacional dos Arquitetos).

Ao todo, Artigas deixou aproximadamente 700 projetos/obras espalhados pelo Brasil, sendo que, dada a sua importância para a história da arquitetura brasileira, todo esse acervo é preservado nos arquivos da FAU-USP.


Residência J. B. Artigas, 1942


Edifício Louveira, São Paulo, 1946



Casa Baeta, São Paulo, 1956


Estação Rodoviária de Jaú, 1973


Ginásio Guarulhos , 1960


Escola de Itanhaém



Estádio do Morumbi, 1953



"Admiro os poetas. O queeles dizem com duas palavras a gentetem que exprimir com milhares de tijolos."
Vilanova Artigas




ARTIGAS, João Baptista Vilanova,. Caderno dos riscos originais: projeto do edifício da FAUUSP na cidade universitária. São Paulo: FAUUSP, 1998

ARTIGAS, João Baptista Vilanova,. Caminhos da arquitetura. 2. ed. São Paulo: Cosac & Naify, 1999.

KAMITA, João Masao. Vilanova Artigas: a política das formas poéticas. 2. ed. São Paulo: Cosac & Naify, 2000.


Acadêmicos:
Silvia Lovemberger
Tcharles Purim

4 comentários:

  1. A casa do arquiteto em 1942, Rio Branco Paranhos
    lembra muito a casa da cascata de Frank Loyd, de quem Vila Nova teve como referência. Fez também o estádio do Morumbi que disputa junto com Belo Horizonte e Cuibá a abertura da Copa do Mundo de Futebol em 2014, Ruy Othake pegou a reforma do estádio e respeita totalmente o projeto de Vilanova, quem quiser dar uma olhada está bem interessante o projeto e também a "guerra" política para a abertura dos jogos. Mostra a responsabilidade do Arquiteto em resolver problemas para que a sede seja São Paulo e não em outro Estado.

    http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/ruy-ohtake-gmp-morumbi-copa-2014-08-12-2009.html

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  2. Formas orgâncas formalizadas por Vilanova Artigas, aliadas a concepção do espaço fazem dele um novo modo de pensar a arquitetura, influenciado por Frak Loyd Write, reproduz o uso do contexto espacial, através de sensações, que se transformam em formas orgânicas. Exemplo, a faculdade de Arquitetura e Urbanismo USP, retratada por formas diferenciadas, de concreto, valorizando o espaço e questões de conforto térmico.

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  3. Pode se ver a evolução desde o estilo quase copiado de Wrigth, até o abrasileiramento da obra, com as suas curvas e cores marcantes, vale ressaltar que o Vilanova tem papel importante no ensino brasileiro

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  4. Olá.você posssui algum material sobre a segunda casa do arquiteto Artigas Vilanova.Sou estudante do primeiro ano de arquitetura,e tenho que apresentar um seminário sobre a funcionalidade desta casa,e não há muito material disponível sobre ela.

    e-mail: pamelafrancini@hotmail.com

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